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domingo, 29 janeiro, 2017 - 8h20 | PEDRO REIS

Questione modelos para encontrar solução

Vem de longe o modelo onde um grupo determina o comportamento de uma multidão. Diversos motivos, filosóficos, religiosos, econômicos e militares entre outros. Qualquer um que confira poder e força a esse grupo, baseado no desconhecimento dessa multidão

Um smartphone será suficiente para muita coisa que ainda usa conceitos analógicos | FirmBee/Pixabay
Um smartphone será suficiente para muita coisa que ainda usa conceitos analógicos | FirmBee/Pixabay

Funcionou muito bem e se aprimorou desde a invenção da roda e a descoberta do fogo até a chegada da internet que provocou uma ruptura imensa e os muitos avanços científicos e tecnológicos que em poucos anos transformaram em sucata, a cultura, os hábitos e os equipamentos humanos.

As profissões e os serviços que ainda insistem no modelo da era industrial sucumbem rapidamente.

Vamos falar de transporte urbano

O Uber está acabando com os táxis, com os taxistas e todas as regras criadas dentro dessa classe; de leis e regulamentos à hereditariedade da posse das licenças.

O mesmo Uber vai acabar com os motoristas de Uber investindo em carros autônomos. É um conceito antropofágico, a ouroboros, a cobra que engole o próprio rabo representando o fluxo infinito da vida.

Os ônibus vão caminhar na mesma direção, primeiro foram os postos de trabalho abolidos dos cobradores, mais um pouco e os motoristas também. Mais do que isso, talvez o próprio ônibus perca parte de sua função.

O deslocamento para pontos distintos da cidade pode desaparecer pelo simples fato de que o trabalho poderá ser feito a partir da própria casa.

Se não todos, pelo menos aqueles mais burocráticos, que um computador e mobília básica possam suprir. A própria dinâmica das cidades tende a se modificar profundamente. Grandes e onerosos prédios para abrigarem legiões de funcionários, perderão sua finalidade; na mesma linha, aglomerados para compras.

Talvez essa seja uma das últimas gerações a viver em cidades que ainda segue o modelo medieval de crescimento e deslocamento. Um smartphone será suficiente para muita coisa que ainda usa conceitos analógicos.

Sem grandes deslocamentos em massa, a fonte de receita de um ônibus vai desaparecer e com isso ele próprio.

Assim, o ciclo da ouroboros se torna cada vez mais rápido. Uma coisa engolindo outra coisa em semanas ou meses e que antes levava décadas ou séculos.

O mesmo mecanismo que criou dificuldade para vender facilidade vai definhar até desaparecer.

O conceito de mobilidade urbana e o desejo das pessoas passam por reformulações gigantes. Bicicletas, motos, à pé, mais perto de casa, na própria casa em detrimento do carro, do ônibus, do táxi, do Uber. Tecnologia para se trabalhar a partir de casa já existe e é segura. Talvez, melhor que investir em ruas mais largas seja investir em redes de comunicação.

O ônibus faz parte de um modelo que no geral caduca. Quem já percebeu começou o movimento de mudança. Quem não percebeu, vai protestar contra o aumento de tarifas ou vai moer uma indignação nas redes sociais.

O fato é que dentro do modelo vigente existem os contratos e os custos envolvidos na prestação do serviço. Uma das alegações é a redução do volume de passageiro/quilômetro, um item que me preocupa mais do que o reajuste dos salários e o preço do óleo diesel e outros pontos de manutenção.

Menos gente usando o serviço e as causas podem estar em:

- Desemprego;
- Crise econômica;
- Uma das opções que coloquei acima, como trabalhar em casa ou usar outros meios de deslocamento;
- Evasão para outras cidades.

A partir de hoje, vigora uma nova tarifa aqui em Uberlândia e a prefeitura explica os motivos. Por outro lado, a CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) local, uma das integrantes da Comissão de Acompanhamento do Serviço Público do Transporte de Passageiro, emitiu nota com questionamentos.

E você pode modificar seus conceitos, rever suas prioridades, questionar a legislação, conversar com seus vizinhos, com os vereadores. Por incrível que pareça, são as pessoas, ainda que de forma silenciosa e independente, aparentemente sem organização formal, que provocam a mudança dos hábitos da sociedade.

A lógica do crescimento e a dinâmica das cidades é que está em reformulação, mais do que o preço de um serviço. E você faz parte disso.

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Pedro Reis é jornalista, ambientalista e artista plástico. Editor do FarolCom e do FarolCom Inteligência

COLUNISTAS | PEDRO REIS

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